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Os paniguados do Rei Supremo

““Mas o meu justo viverá em razão da fé”, e, “se ele retroceder, eu não me agradarei dele”. Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar a vida.” – Hebreus 10:38, 39.

“Paniguado” ou “Apaniguado” – Te soa estranha essa palavra, Bagheera? Eu não a inventei, está no dicionário há muito tempo antes de nós nascermos.

Hoje raramente se usa, mas era comum no passado. Inclui duas palavras vitais: pão e água. Refere-se aos domésticos ou servidores leais das mais altas autoridades, especialmente dos reis, aos quais estes lhes asseguravam sua alimentação, moradia e proteção enquanto continuassem prestando seus serviços fielmente.

Pão e água são duas palavras que, embora não tenham muito significado literal para os anjos, podem marcar a diferença entre a vida e a morte para os humanos. Pão e água são duas palavras maravilhosas para nós, tanto em seu significado literal como simbólico.

A palavra ‘pão’ na Bíblia se refere a toda classe de alimento material. Milhões que agora recusam o pão espiritual e a água da verdade são simplesmente ‘mortos que andam’. Ao maná que manteve vivos os israelitas no deserto, a caminho da Terra Prometida, se chamou de “pão dos céus”.

Jesus, o Filho de Deus, que nos manterá vivos para sempre mediante o pagamento do resgate que nos livra da condenação adâmica, falou de si mesmo como “o pão da vida” e “o pão do céu” que Deus nos enviava. – João 6:32-35.

Davi, como todos os reis, teve seus paniguados. Um muito querido foi Mefibosete, filho de seu grande amigo Jonatã e neto de Saul. Quando chegaram a Jerusalém as notícias da morte de Saul e seus filhos, a ama de Mefibosete se encheu de pânico, pensando que também buscariam ao menino para matá-lo, e fugiu com ele. Durante a fuga, o menino, que então tinha apenas cinco anos, caiu e ficou permanentemente aleijado de ambos os pés. – 2 Samuel 4:4.

Passados alguns anos, Davi quis mostrar bondade a qualquer descendente que restara de Saul. Então, trouxeram a Mefibosete diante do rei e ele lhe designou os campos que haviam sido de Saul, seu avô, e os servos que os estavam cuidando e cultivando. Ainda que Mefibosete agora não era um homem pobre nem desamparado, Davi quis tê-lo diante dele, em sua casa real feita de cedros, sentando-se à mesa com seus filhos, em honra à amizade que o havia unido a seu pai, Jonatã. – 2 Samuel 19:28.

Quando Jeová chamou Moisés ao cume do monte Sinai para lhe dar os mandamentos de seu pacto com o povo de Israel, Moisés tinha oitenta anos. Ele não perguntou se havia água para beber a essa altura, ou se haveria alguém ali preparando pão para que ele não morresse de fome. No entanto, realizou o desgastante percurso até o cume do monte e permaneceu ali quarenta dias e quarenta noites, sem comer nem beber, sustentado pelo poder milagroso de Jeová. É uma experiência que nenhum humano se atreveria a tentar com suas próprias forças. – Êxodo 24:16-18.

Nos momentos mais significativos de sua história, o povo de Deus se sustentou fisicamente com alimento básico. Não havia muita variedade, nem muita coisa deliciosa. Para não cansar-se do maná era necessário ter um enfoque espiritual da situação. O maná era uma provisão do céu para assegurar-lhes a sobrevivência. Ainda assim, os que não tinham um ponto de vista espiritual elevado do capítulo da história que estavam vivendo, começaram a sentir pena de si mesmos e pelo que haviam deixado para trás. Anelavam o sabor forte dos pepinos e do alho-porró, do alho e das cebolas que eram comuns no Egito. O maná, de gosto suave e doce, não lhes dava as mesmas sensações. (Números 11:5, 6) Parecia que a escravidão com comida variada era mais desejável do que a liberdade somente com maná. Deus lhes fez algumas concessões misericordiosas. Clamavam por carne, e o deserto se encheu de codornizes. Apesar disso, não se envergonharam de sua rebeldia. Por isso, uma viagem que deveria ter durado uns poucos dias se converteu em uma longa viagem de quarenta anos.

Quando Elias, fugindo da ira do rei Acabe e a infame rainha Jezabel, se refugiou junto ao vale de Querite por mandato de Deus, Jeová lhe assegurou seu pão e sua água. Nas manhãs e nos entardeceres, um corvo lhe levada uma porção de pão, e bebia a água da torrente. Com esse alimento tão simples se manteve vivo até que a torrente se secou por causa da grande seca com que Jeová estava castigando Israel. Então, Deus lhe ordenou ir a Sarefá, à casa de uma viúva onde poderia se hospedar. (1 Reis 17:2-6)

Entenda bem isso, Bagheera, em todos esses casos, vemos que Jeová não recompensou a fidelidade e perseverança de seus servos com uma abundância de alimento para mimar a carne. O mesmo podemos observar quando seu povo sofre por desastres naturais, ou ao ver-se rodeados por conflitos bélicos. Tem que suportar privações e escassez das coisas necessárias, mas a mão amorosa de Jeová se faz sentir a favor deles. Vêem o constante cumprimento da maravilhosa profecia de Isaías 33:15, 16 dirigida a todos os que seguem um caminho justo aos olhos de Deus, que conclui com esta afirmação: “Ele receberá seu pão, e seu suprimento de água nunca acabará”.

“O homem que sempre anda em justiça, que fala o que é certo, que rejeita o lucro desonesto e fraudulento, cujas mãos recusam o suborno em vez de aceitá-lo, que tapa o ouvido a conversas sobre derramamento de sangue e que fecha os olhos para não ver o que é mau, ele é quem residirá nas alturas; seu refúgio seguro será em fortalezas rochosas, ele receberá seu pão, e seu suprimento de água nunca acabará.” – Isaías 33:15, 16.

Logo, quando chegue o tempo de desfrutar os triunfos irreversíveis de Jeová no novo mundo, se fará realidade o grande banquete literal que Deus promete a Seu povo em Isaías 25:6, onde “fará para todos os povos um banquete de pratos excelentes, um banquete de vinhos finos, de pratos excelentes, cheios de tutano, de vinhos finos, filtrados”. Se farão realidade as palavras de Joel 3:18: “Naquele dia os montes gotejarão vinho novo, as colinas manarão leite, e os riachos de Judá fluirão cheios de água. Da casa de Jeová brotará uma fonte, e ela irrigará o vale das Acácias.”

Nesse tempo feliz, os paniguados do Rei da Eternidade evocarão com alegria estes dias de bocados simples e medidos, e se regozijarão profundamente por não terem estado entre os inconstantes que abandonaram a mesa de Jeová para retornar ao mundo em busca de seus últimos alhos e cebolas.

““Mas o meu justo viverá em razão da fé”, e, “se ele retroceder, eu não me agradarei dele”. Ora, nós não somos dos que retrocedem para a destruição, mas dos que têm fé para preservar a vida.” – Hebreus 10:38, 39.


“O espírito e a noiva estão dizendo: “Venha!” E quem ouve diga: “Venha!” Quem tem sede venha; quem quiser tome de graça a água da vida.” – Apocalipse 22:17.

“E ele me disse: “Elas se cumpriram! Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A todo aquele que tiver sede, darei de graça da fonte da água da vida. Todo aquele que vencer herdará essas coisas; eu serei o seu Deus, e ele será o meu filho.”” – Apocalipse 21:6, 7.